terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Silêncio

Sendo este o tema deste ano na faculdade e derivado a isso mesmo, e aos trabalhos que relacionados com isto têm sido pedidos, tenho andado a divagar e a devanear demais sobre a coisa... olha, deu nisto!



Cala-te

Silêncio!! 
Cala-te, já!

O Silêncio pára
O Silêncio Sofre
O Silêncio Berra
O Silêncio Pára.

O silêncio é feio
O silêncio é pão 
O silêncio é água
O silêncio é lindo

O silêncio é o mais bonito que há
O silêncio é ruído a menos 
Conteúdo a mais

O silêncio é belo
mas o silêncio pára
é ele a inexplicável forma
uma forma em forma de fórmula 
fórmula que algo acrescenta
nem que seja algo mudo 
pois em não silêncio hoje em dia
raramente se acrescenta algo
que mais válido seja
que silêncio... 

E pára... 

Em silêncio...
Pára...
em Silêncio...
Cala-te, 
Em silêncio
Cala-te...
Silêncio...

Não precisas, nem precisas
de nada mais precisas
que te cales
não preciso de te ouvir
porquê? 
Não sei. Sei que te deves calar
De te ouvir eu não preciso
pois não preciso que mo digas
o que quer que seja que me vás dizer
pode ser dito em silêncio
pois para mim mais não és que isso:
Um barulho privado do silêncio,
És ruído. 
És distracção, ruído, descontextualização, barulho;
irritante, mal e errado
Distraindo tudo aquilo que a fala não cala. 

Não cala, nem fala
Não descala
Tenta calar 
Pois a fala já hoje se descala 
e assim na mesma sala 
procuro aquele que fala 
com arte, engenho e não enfada 
uma artéria jorrada que não se deseja estancada
Um sonho, uma visão mutilada, 
Pois todo aquele que não sabe dar uso da palavra 
Se procura não esvair por não manter a língua trancada 

Por isso cala-te
porque o silêncio para
e saber estar calado é virtude
calar é saber
e também para calar é preciso saber
Por isso cala-te
Silêncio 
Estar calado é mais que os outros saber
Que mais não seja
é saber o que os outros ignoram:
a dimensão da nossa ignorância 

Por isso cala-te

Silêncio!! 
Não quero saber
Não quero nem saber
Não preciso de saber
Continuo eu assim a conhecer muito mais 
Continuo assim a saber muito mais
do que aquilo que tu me dirias
acredito até que o que me confiarias seria errado
para mim aquilo que não dizes é o que importa
para mim aquilo que calas é que é relevante
Correcto...
Porque é dito em Silêncio...

Por isso cala-te. 
Silêncio. 
Já!  

26/12/2011


O Silêncio (II ensaio)


Na madrugada de silêncio 
traçando sonhos pelo chão 
observo um lugar vazio 
junto a uma esquina
e paro... 

Alguém, uma sombra
Nada a perder
Algo que não posso vencer
Jaz em mim um silêncio 
louco e frio, doentio 
encara um riso mudo

Um esgar de medo
beijo um todo, vazio e calmo
uma luz sombreada 
algo súbito 
um grito mudo 
um instrumento cortante
uma melodia errante, 
sem corpo, uma camisa adiante

Tudo o que quero,
o que penso, acredito
tudo o que tenho ou podia ter 

Algo sombrio...
Calmo...
Uma brisa... 
Um raio de sol... um arrepio
um sopro ardente 
uma pedra de gelo ardente
e para lá do tecido excedente 
vejo, por fim, quem tenho à minha frente.

A esperança eterna no silêncio
simboliza tudo aquilo em que não creio
Se não creio, nem vejo
O vale sombrio
Penso, logo vejo
No silêncio do tudo 
eu perco o nada que nunca tive
na promessa do nada
tudo conquisto 
e no renascer de um grito
que corta o falso silêncio de um destino insano
A mim as armas, a derradeira luta, do silêncio profano
Contra tudo aquilo que amo. 

27/12/2011







Silenciem-mos!


Mustekem-mos!! [[[]]] ***










Sem comentários:

Gentes Estranhas

A ignomínia da soberba é geralmente mais nociva que aquela que é originada na educação. Ou na falta desta. Dividem, conquistam e governa...