Chega ao fim mais um ano, 2006 começa já a fazer as malas e só o voltamos a ver em calendários ou se alguém tiver a coragem de dar um murro na mesa, e dê o sinal da alvorada de uma nova Era – chega da “Era do Xenhor” , do puto nas palhas, da dita Virgem Maria e do desgraçado do carpinteiro que se tivesse tido possibilidades de estudar, teria descoberto que havia ali marosca. Comecemos então A Era do Bom Senso.
Gostava no entanto de discutir um pouco a lógica de celebrar uma passagem de ano, isto falando inclusivé contra mim, mas o que é que querem, é panca.
Ora então não é menos um ano que cá andamos? Não é sinal de que estamos a envelhecer e que mais cedo ou mais tarde vamos definhar? Qual é o sentido de festejar uma coisa que no fundo tem este significado? Pode ser um ponto de vista absolutamente pessimista, é certo, mas é a realidade e mais cedo ou mais tarde ela vai atingir-nos e temos de a enfrentar. Há também a faceta de Aproveita a vida enquanto podes , da qual eu sou incondicionalmente adepto mas é inquietante começar a pensar nestes porquês. Também há a desculpa de fazer a festa para espantar o ano velho, e dar as boas vindas ao novo, na esperança que o próximo corra melhor naquela velha máxima Que o melhor deste ano seja o pior do próximo que é de facto sempre a grande esperança das pessoas, muito compreensivelmente aliás. Sonhar e ter esperança faz bem ao Homem e fazem-no viver com mais intensidade. Talvez, mas a minha sincera opinião é que a nossa sociedade precisa de todo o género de desculpas e pretextos para fazer a festa e para a ramboia.. Podia agora começar aqui a divagar sobre festas, cantar de galo, galinhas pintos, pintas, pintainhos/as que viram galos/inhas, e ia dar uma grande volta não sei como, para acabar a mencionar o desgraçado de perú de nataql e do seu destino incerto, mas não, porque não é esse o objectivo deste post. Voltando as festas, são sempre suspeitas, principalmente num país que desencanta feriados por tudo e por nada, incluindo um Dia do Trabalhador em que irónicamente ninguém faz nenhum.
Gostava então de saber ao certo, o que é que estamos a festejar no final do ano, que sinceramente não percebo o quê exactamente, se tem sentido, ou se pelo menos é para perceber alguma coisa.
A parte mais dramática é mesmo quando eu penso que isto tudo não é o pior. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para não estar por perto dos pais e dos avozinhos à meia noite quando assistirem aos upgrades da sua tão estimada tradição na juventude de hoje.
As 12 passas da meia noite ganharam um novo significado e dimensão.
domingo, 31 de dezembro de 2006
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4 comentários:
hmmm nao critico as festas...como seria de esperar ehehe critico a falta de espirito para tudo o resto. as festas, embora pareça mal, sao necessarias. festejar a passagem do ano ara alguns e algo em k acreditam piamente, que conseguem tomar resoluçoes e mudar algo. eu como prefiro ir vivendo, aproveito para que esta seja mais uma noite em que emborco a valer como é meu apanágio. ao contrário do que se pensa pode-se ser 'bêbado' (ou bebada neste caso) e mesmo assim ser-se serio, trabalhador e respeitavel (quem diria).
começar o ano do bom senso seria, sem duvida, a melhor das ideias mas creio que isso é um plano, um horizonte ainda algo longinquo. resta-nos então o que? seguir as modinhas e ir fazendo o k nos queremos e como queremos. o melhor que podemos.
sôr Mustek..nao pense demais! queima os fusiveis!
beijinho da Deize eheheh
bem menino tamos mt filosoficos :p
a minha ideia tb é 1 pc cm a tua "carpe diem" gozar um dia de cada vez,claro k olhando tb para o futuro.
Bom ano menino e continua a ser cm es.jokinhas
À caralhoooooooooooo.
Mustek a deputado! :D
Grande texto sim senhor! Quando eu digo que tens um certo jeito para estas cenas, não falo de cor.
Ora bem... tu não deixas de ter alguma razão nos pontos que defendes, é um facto que a gente festeja a passagem de ano muitas vezes sem saber aquilo que realmente está a festejar. Sim, ficamos mais velhos, cada vez mais próximos do nosso destino final. Sim, é um pretexto de festa...
Mas também é um novo ano que vem, uma oportunidade para virar a página e tentar cumprir objectivos que não se alcançaram no ano anterior, de ganhar novo alento para enfrentar eventuais problemas. E festejá-lo é também uma maneira de esquecermos por uns instantes a nossa "vida real", de passar uns momentos agradáveis junto de quem gostamos, porque amanhã é outro dia.
Estás esquecido do que as andarilhagens representam para nós? Não é isso? Um pretexto para a rambóia? Um escape? Se calhar o nosso país abusa da festa, mas nã deixa de ter o seu lado positivo isso!
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