quarta-feira, 8 de março de 2017

Mulher

Mulher

Perfeita.

Tão perfeita como a imperfeição se quer,

Ser único, autêntico... Única...



Personalidade ternamente implacável,

Libertou em mim,

Em toda a sua fúria graciosa,

Tempestade serena, que És,

Furtiva, presente,

Uma paixão que não se agarra

Mas se sente.



És o Vento.

Sinto-te mas não te posso agarrar.

Acalmas-me e abalas-me,

Combalido, não te consigo antecipar.



Oiço-te, mas não te vejo,

Fecho a mão, mas nada,

Vazio.

Não te posso agarrar.



És o Vento que tudo fustiga.

Que que era, mas já não o é,

Depois de ti...

Sem ti...



E Mar... Vejo-o agora claramente também...

És Mar uno com o Vento...

Transparente mas poderoso.

Poderosa.

Esmagarias gigantes... Com a força desse mar,

Se esse capricho assim te assaltasse a vontade,

Mas não... Vais, e vens, e vais...

E vais...



A maré mudou.



Essa força demolidora que vive em ti é Soberana.

Falou.

Tu és Força, Energia, Vida e Ser.

Jamais conseguiria eu fazer justiça

Tentando conter ou descrever

Em apenas palavras,

Nunca!

Por mais anos que eu o fizesse

Independentemente dos anos

Que pudesse vir a Viver...



E foi essa existência Tua,

Que me esmagou desde o primeiro momento.

Fascínio e espanto,

Esta obsessão doentia,

Apaixonada que não quer largar,

De uma forma estúpida, infantil,

Incoerente, inocente mas despropositada...

Mas Fútil... Inconsequente...

Não encontra mais palavras para se exprimir,

E sobretudo, para se fazer Crer...



Crer no Querer...



E lembro.

Lábios doces de provar...

Amor que desconcentra e desnorteia os sentidos...

Estremece-me e envolve as vísceras em espasmos palpitantes...

Cabelos... Deleitosas cortinas de aromas, sensações e emoções...

Iludem os sentidos...

Perco os sentidos...

Perco o pé...



Mas hoje choro.

Hoje já foi.

Não fui merecedor desta criatura que,

Por mais que tente,

Não acho forma, palavras,

Para descrever e lhe fazer Justiça...



Toda a fúria do que não fui, mas tu foste,

Toda a Culpa daquilo que sinto,

Mas que Sinto que deixei de o provar,

Das provas que tu me deste e do que tu sentes...

E eu não dei...

Esmaga-me o peito...

Estrangula-me a alma

Agoniza-me a existência,

Por cada vez mais, menos merecedor me sentir de ti...

Do teu amor...



Sei que não deixarei eu de te amar...

Com isto vou ter de viver...

Amo-te... E mais não é possível dizer,

Pois por mais que a mulher que eu amo,

Para sempre, para mim

Nunca deixarás de ser...

A Mulher.

Gentes Estranhas

A ignomínia da soberba é geralmente mais nociva que aquela que é originada na educação. Ou na falta desta. Dividem, conquistam e governa...